sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Balanço



Neste momento, de final de ano, tenho pensado muito na minha história, em meus pais, na minha vóca e no quintal de sua casa...




Onde ela fazia goiabada no tacho e embalava em caxetas para usarmos durante o ano...





E engarrafava o vinho que era comprado, em barril, por meu vôco português, no Sul. Ainda sinto o cheiro do vinho e do lacre que ela usava para vedar a rôlha.




Em tem mais...Vamos entrar?





Visualizo, claramente, o galinheiro para onde corríamos para apanhar o ovo que a galinha anunciava, do seu jeito, que tinha acabado de pôr. Comíamos cozido, ou de outro jeito, na mesma hora. Tínhamos “olho grande” e um apetite de dar inveja a quem é gordinho porque não engordávamos pelo que ingeríamos. Hoje, se eu comesse um terço do que comia quando criança seria obesa.



Vejo as árvores frutíferas: a figueira, que vovó cobria os frutos quase maduros com meias de nylon, já com o fio puxado, para que os passarinhos não os comessem; eles eram para o meu vôco.





Nos pés de nêsperas, que tinham suas frutinhas ácidas, os pássaros podiam comer a vontade, só disputavam conosco. Mas, corríamos o risco de cair no rio Piraí porque a árvore tinha sua copa voltada para a área que margeava o rio. Por isso minha cidade é chamada de Barra do Piraí. Significativo este nome para uma cidade, não é? E... Quem nasce lá é barrense, o que não é tão bonito porque parece mais definição de quem brinca com argila ou barro. Quem trabalha com argila é oleiro ou ceramista.





pôr do sol no rio Piraí por Landimp 3



A parreira se estendia do final da rampa, que dava acesso para o andar térreo, até a área onde ficavam as árvores mais frondosas. As uvas eram aquelas rosadas. Que gostoso era andar embaixo da parreira com aqueles cachinhos dependurados acima de nossas cabeças como se fossem enfeites. Vóca nos vigiava para não comermos frutas verdes.





Subíamos nas jabuticabeiras cheias de frutos e de marimbondos (não tínhamos medo de nada) e comíamos - não chupávamos - as jabuticabas com caroço para espanto dos que vinham de fora e nunca tinham visto isso antes, tampouco uma jabuticabeira toda carregada de frutinhos pretos quase até a raiz. Que coisa mais linda que era e a imagem desta foto é idêntica! Detalhe importante: jabuticaba de casca fina!




Para pegar as mangas espada, que eram enormes e na cor verde escuro com pintas pretas, tínhamos um bambu com uma latinha presa com arame na ponta. A recomendação era não chupar manga quente senão dava um piripaco qualquer e podíamos parar no hospital. Também não podíamos misturar manga com leite e etc. etc. Naquela época, faziam este tipo de terrorismo com criança, mas ninguém ficou com trauma.






O único brinquedo fixo que tínhamos no quintal era um balanço preso num galho de mangueira. Era de cordas grossas e o assento de tábua bem resistente. Se tivesse senha, seria a melhor maneira para evitar a disputa acirrada por esta diversão.




Confesso que me sinto feliz por ter um pouco dessa época pra recordar e lamento pelos que não tiveram, ou não têm o que lembrar.
Tantas coisas mudaram, mas mudanças são necessárias e a cada dia nossas células são renovadas.




Fechado para balanço
Para amar alguém é necessário, primeiramente, nos amarmos. “Amar ao próximo como a nós mesmos”





O Balanço de Vida


Hoje é um novo tempo. O que fiz e o que gostaria de fazer e não fiz? 
Costumo, nesse período do ano, analisar mais criteriosamente a minha vida. São tantas as promessas que caberiam numa lista: prometemos fazer dieta; sair do sedentarismo através de exercícios, ler mais livros e assim por diante.

O que fazer para mudar o que saiu diferente do que planejamos? O que fazer para atingir as metas não alcançadas?

Gostaria que, num momento de silêncio e de concentração, vocês ouvissem “Mudanças” e prestassem atenção a letra da música. Ela mexe com nossos sentimentos e nos impulsiona à mudança.


Mudanças


Hoje eu vou mudar vasculhar minhas gavetas jogar fora sentimentos e ressentimentos tolos. Fazer limpeza no armário
retirar traças e teias e angústias da minha mente. Parar de sofrer por coisas tão pequeninas deixar de ser menina pra ser mulher! Hoje eu vou mudar por na balança a coragem me entregar no que acredito pra ser o que sou sem medo.
Dançar e cantar por hábito e não ter cantos escuros pra guardar os meus segredos. Parar de dizer: "Não tenho tempo pra vida que grita dentro de mim, me libertar!"
(DECLAMANDO)
Hoje eu vou mudar. Sair de dentro de mim e não usar somente o coração. Parar de cobrar os fracassos, soltar os laços
e prender as amarras da razão! Voar livre com todos os meus defeitos pra que eu possa libertar os meus direitos e não cobrar dessa vida nem rumos e nem decisões!
Hoje eu preciso e vou mudar. Dividir no tempo e somar no vento todas as coisas que um dia sonhei conquistar, porque sou mulher como qualquer uma, com dúvidas e soluções, com erros e acertos, amor e desamor. Suave como a gaivota e ferina como a leoa. Tranqüila e pacificadora, mas ao mesmo tempo irreverente e revolucionária! Feliz e infeliz. Realista e sonhadora. Submissa por condição, mas independente por opinião, porque sou mulher Com todas as incoerências que fazem de nós um forte sexo fraco!

Clique para ouvir:

http://youtu.be/A8aKxlvLxP8
 

2 comentários:

  1. Que maravilha esta postagem Mimar!
    As histórias são muito ricas e vc deve mesmo sentir orgulho de ter vivenciado tantas emoções.
    Penso que o melhor desta época áurea, era exatamente o fato da gente não ter medo de nada...
    Bjo.
    ;)

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  2. Querida amiga,
    Suas recordações me fizeram lembrar das minhas!
    Tanta, tanta coisa boa!
    Um dia vou falar das minhas para você. Talvez não seja no blog, mas pessoalmente.
    Acho que vamos dar boas risadas.
    Um lindo final de semana para você.
    Nos encontraremos em breve. Anote aí na sua agenda... (hahaha).
    Beijocas.

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