sábado, 14 de janeiro de 2012

Ninhos & Ninhais

Ninhos & Ninhais

O primeiro ninho


O bebê já está completamente formado e já pode inclusive...

Sonhar


A horizontalidade representa a luta e o descanso e a verticalidade sugere espiritualidade.

Na horizontalidade estão os processos do nascer, crescer, reproduzir, envelhecer e depois morrer. Nela está a luta pela sobrevivência.  Estão, também, todos os sofrimentos íntimos da vida prática, do lar, da rua, do trabalho, do convívio.
Com as forças da verticalidade podemos influir decididamente sobre os aspectos horizontais da vida prática, podemos mudar totalmente nosso próprio destino, fazer de nossa vida algo diferente e distinto.

Ninhos Líricos

pintor Nelson Porto  



Convivi com Nelsinho boa parte da minha vida. Nossas famílias eram amigas e eu estudei com sua irmã da alfabetização até o normal, foram 15 anos. Mas, até hoje, nos vemos e somos grandes amigas. Almoçamos esta semana; lembramos e relembramos fatos e memórias que não fogem porque estão e estarão sempre presentes em nossos corações.

Ele era tudo o que mostram suas doces pinturas. O simbolismo da casa, do ninho, está sempre presente.











Nelson Porto

Fluminense de Barra do Piraí, 35 anos, foi seguramente a maior expressão da pintura lírica no Brasil. Com exposições no Rio, São Paulo, Porto Alegre, Caracas, Tessalonica, Toronto, Montreal, Londres, São Francisco, Nova York, Berlim, Nápoles e Genebra, representou o Brasil em 1981 e 1982 no Encontro de Pintores no Museu de Arte Naif em Trebjne – Iugoslávia, onde possui obras no acervo.
Figura humana doce e rica pinta em cores suaves e envolventes: árvores, casas, pássaros, maçãs, flores, cisnes em lagos primaveris e noivas arrastando seu véu diáfano em noites quietas de lua cheia.
Ligado a terra e às raízes, viaja em 75 pelo Rio São Francisco e interior de Goiás, e em 77 pela Antártida e Terra do Fogo em Busca de flores, árvores, animais pássaros, do homem matinal e de duas festas celestiais.
Espírito marcadamente religioso, revive em seus quadros o grande mistério de Deus e do homem: sua paixão mútua e seu encontro contínuo de vida ressurreição. Foi um artista dominado pela utopia: quer pintar o lobo e nasce a pomba, quer pintar o Pobre de Assis e nasce o homem que reconquistou o paraíso. O arquétipo do bom, do acolhedor, da vida, da ternura e reconciliação domina seus temas e suas cores.
Certamente foi hoje, em nosso meio, a mais bela expressão da arte reveladora de Deus – pai acolhedor e do homem – irmão reconciliado
(Do livro “Francisco de Assis, o homem do Paraíso”, parceria com Leonardo Boff, pela Editora Vozes).


O Corpo... nosso ninho, morada de nossa alma.

 “Nesse instante, esteja você onde estiver, há uma casa com o seu nome. Você é o único proprietário, mas faz tempo que perdeu as chaves. Por isso, fica de fora, só vendo a fachada. Não chega a morar nela. Essa casa, teto que abriga suas mais recônditas e reprimidas lembranças, é o seu corpo.

“Se as paredes ouvissem...” Na casa que é o seu corpo, elas ouvem. As paredes que tudo ouviram e nada esqueceram são os músculos. Na rigidez, crispação, fraqueza e dores dos músculos das costas, pescoço, diafragma, coração e também do rosto e do sexo, está escrita toda a sua história, do nascimento até hoje.

Sem perceber, desde os primeiros meses de vida, você reagiu a pressões familiares, sociais, morais. “Ande assim. Não se mexa. Tire a mão daí. Fique quieto. Faça alguma coisa. Vá depressa. Aonde vai você com tanta pressa?” Atrapalhado, você se dobrou como pôde. Para conformar-se, você se deformou. Seu corpo de verdade – harmonioso, dinâmico e feliz por natureza – foi sendo substituído por um corpo estranho que você aceita com dificuldade, que no fundo você rejeita.

É a vida, diz você; não há outra saída. Respondo-lhe que você pode fazer algo para mudar e que só você pode fazer isso. Não é tarde demais. Nunca é tarde demais para liberar-se da programação de seu passado, para assumir o próprio corpo, para descobrir possibilidades até então inéditas.

Ser é nascer continuamente. Mas quantos se deixam morrer pouco a pouco, enquanto vão se integrando perfeitamente às estruturas da vida contemporânea, até perderem a vida pois que se perdem de vista?

Saúde, bem-estar, segurança, prazeres, deixamos tudo a cargo dos médicos, psiquiatras, arquitetos, políticos, patrões, maridos, mulheres, amantes, filhos. Confiamos a responsabilidade de nossa vida, de nosso corpo, aos outros, por vezes àqueles que não desejam essa responsabilidade e que se sentem esmagados por ela. Quase sempre àqueles que pertencem a Instituições cuja primeira finalidade é a de nos tranqüilizar e, portanto, de nos reprimir...”

Livro: O corpo tem suas razões. BERTHERAT, Thérèse  e Carol Bernstein.  Martins Fontes.


O Grande Ninho 


Fotografia aérea feita pelos satélites da NASA, a agência espacial americana, mostra os recentes fenômenos naturais que provocaram tempestades de neve, fortes chuvas e enchentes nos últimos dois meses em todo o mundo.



Sei que tenho um lugar para voltar...

Minha Casa


Principalmente nestes últimos dias em que estamos abalados e perplexos diante dos fatos ocorridos em função das enxentes e do descaso dos poderes públicos, durmo agradecendo a Deus o meu teto, este ninho que me abriga e conforta.


Ninhos são abrigos para todos os seres





Ninho de bebê





Ninhos, berços da vida



  Ninho da ema


Ninho de aranha



 Ninho da cegonha



Ninho de cupim


Ninho de pássaros “engenheiros”


Ninho de cuco


Ninho das lagartas


Ninho das abelhas do solo


Ninho de andorinhas


Ninho de beija-flor


Ninho de guachos


Ninho vazio


Mães sofrem de Síndrome do Ninho Vazio após a saída dos filhos de casa

 

"Muitas mães se doam a tal ponto que elas não sabem quem elas são mais", explica a psicóloga Karina Haddad.



Clique para ouvir:



Ninhais

Assim como podemos morar em casas ou em condomínios horizontais,  também há a opção dos apartamentos em prédios que chegam a ser verdadeiros “aranha-céus”. É muito concreto e pouco verde. Existem os prós e os contras em cada tipo de moradia. Mas, há quem não abra mão de viver numa casa rodeada de verde.

Os pássaros vivem em ninhos que, também, podem ser isolados ou agrupados como num prédio. Mas um prédio ao ar livre, uma casa na árvore. São os ninhais.


 No Pantanal de MS, ninhais são como 'condomínios' de aves silvestres

 

Equipe do Bom Dia MS passou dois dias acompanhando rotina de ninhais.
Ornitólogo ajuda a identificar as diferentes espécies que vivem no local.


Clique para ver:











8 comentários:

  1. Que ótimo postagem Maria Célia, inclusive o título. Não conhecia as pinturas de Nelson Porto, gostei muito delas.

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  2. Olá Maria Célia! Vim retribuir sua visita e conhecer seu cantinho. Muito interessante seu post.
    Apareça sempre e um abençoado domingo pra você.
    Bj

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  3. Amo Saramago, internalizei e compartilho mto a frase q vc colocou lá no meu blog em um de seus coments: "Se podes olhar vê, se podes ver, repara."

    Que reparemos no dia-a-dia o valor de nossos ninhos, de termos um teto, uma cama, um lar que não corre o risco de ser levado pela enchente.

    Anotei a dica do livro de São Francisco, lindas as imagens. Dei uma de barro, muito bem esculpida, com pombinhos brancos sobre os ombros, a minha mãe, a um certo tempo atrás, trouxe de Maceió.

    Já que falamos de ninhos, de fé, de amor e seu nome é pura poesia, segue um poema para vc doce e sensível Maria :)

    Olha o que foi meu bom José
    Se apaixonar pela donzela
    Dentre todas a mais bela
    De toda sua Galiléia

    Casar com Deborah ou com Sarah
    Meu bom José você podia
    E nada disso acontecia
    Mas você foi amar Maria

    Você podia simplesmente
    Ser carpinteiro e trabalhar
    Sem nunca ter que se exilar
    De se esconder com Maria
    Meu bom José você podia

    Ter muitos filhos com Maria
    E teu ofício ensinar
    Como teu pai sempre fazia

    Porque será, meu bom José
    Que esse teu pobre filho um dia
    Andou com estranhas idéias
    Que fizeram chorar Maria

    Me lembro às vezes de você
    meu bom José, meu pobre amigo
    Que desta vida só queria
    Ser feliz com sua Maria

    G. Moustaki . Versão Nara Leão

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    Respostas
    1. Tina, li o livro "Ensaio sobre a cegueira" e fiquei impressionada com o que ele mostra sobre a cegueira moral.
      Quanto a São Francisco, é o meu querido santinho de devoção pela sua dedicação aos animais e o seu lindo amor por Clara, verdadeiro amor.
      Esta música “José” é linda. Coloquei o endereço do vídeo para você ouvir:
      José (Joseph)- Rita Lee
      Composição: G. Moustaki / Versão: Nara Leão
      http://youtu.be/l5lNEovInGY
      Obrigada pelas carinhosas palavras.
      Maria Célia

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    2. Recomendo de Saramago:
      O conto da ilha desconhecida
      Todos os nomes
      e Pequenas memórias

      Viva São Francisco!
      Viva o amor!

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  4. Querida amiga,
    Sua postagem está toda maravilhosa!
    Amei os quadros de Nelson Porto, que ainda não conhecia.
    Que delicadeza as suas pinturas! E você o conhece? Tem que me contar essa história!
    Quanto à síndrome do "ninho vazio", estou fazendo força para não vivê-la... Vou me ocupar muiiiiito.
    E os ninhos de pássaros?
    Lá em Friburgo, entre o forro e o telhado, deve haver muitos ninhos de andorinhas, porque elas moram lá há muitos anos.
    Fazem o maior rebuliço, mas nós adoramos.
    Beijos.

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  5. Oi Celinha aqui é Lenice gostei muito da postagem sobre Nelsinho beijinhos

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  6. Cara Maria Célia. Nesta revisita só fiz, novamente, me encantar. De nividade foi que conheci e gostei muito do Nelsinho (Nelson Porto). Quando estive como presidente do conselho Municipal de Cultura (Barra do Piraí) e do Rotary Clube tive a oportunidade de homenageá-lo. Considero-o um artista excepcional que, se vivo fosse, hoje seria um dos maiores do mundo.
    Com a admiração crescente o abraço do
    Orlando Pimentel.

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